Em um universo tão complexo que é o viver, o homem se depara com sua inevitabilidade para a morte. Desde o início de sua existência até a finitude, o ser humano vivenciará inúmeras experiências de amor. No desvendar do viver e do amar, o homem vai descobrindo que existem riscos, alegrias e tristezas, ganhos e perdas, imprevistos e desafios em sua jornada. Em algum momento nessa caminhada sofrerá perdas relevantes.
Nos relacionamentos e experiências com o outro, nascem vínculos de afeto e desafeto. Algumas relações humanas podem ser significativamente recíprocas, profundas, intensas e de grande valia para os envolvidos, representando ligações diferenciadas para o sujeito. Frequentemente, nas perdas importantes, o ser humano se depara com sua vulnerabilidade para a morte e com a dor da ausência de alguém que ama.
Existem perdas notáveis que não são relacionadas à morte de alguém, mas à perda de um emprego, da saúde, de algum órgão do corpo, de um amor, à morte de um sonho ou de uma possibilidade. Nas perdas valorosas a vida do enlutado muda. Trata-se de uma nova vida pós-perda marcante.
O enlutado sofre uma desorganização física, emocional e cognitiva, com chances de perder a segurança e o controle de sua própria vida. Para amenizar o sentimento de desamparo é fundamental que ele tenha um espaço seguro e sagrado para cuidar do luto.
A psicoterapia para pessoas em situação de luto pode favorecer no processo em questão, já que se trata de um local dedicado para o sujeito cuidar e validar a dor da perda. O enlutado poderá se expressar livremente, ficando à vontade para abordar seu sofrimento, medos e sentimentos. Essa psicoterapia representa um momento de vínculo com a pessoa falecida.